quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Wood e Stock


Composição

A matéria que constitui nós todos

Tem basicamente a mesma composição

Protótipos do criador assim como Cristo

Moléculas sujeitas à degradação

E com os mesmos direitos dentro do país

Supostamente assegurados pela constituição

..

Putas, assassinos, pedófilos, bispos

Setenta por cento de água

Dois rins, dois olhos, um fígado,

Um albino, uma mulata, um paralitico

Esperando o desastre apocalíptico

Ou o dia de redenção

Que nos leve ao novo nível

Da putrefata decomposição

..

Enquanto isso vamos sobrevivendo

Sem saúde e sem educação

Hospitais com enormes filas de engarrafamento

De moribundos contaminados pelo chão

Comercio ilegal de armas nas escolas primarias

De drogas no ensino médio

Do corpo no fundamental

..

Insanidade das autoridades

Descaso total estatal

Uma ação mal planejada

E outra criança vira vegetal

..

Horas e horas de exposição na televisão

Para obter um curral eleitoral

Vivendo bem com patrimônio publico

Quem não quer ser político nesse caos

..

Ano bom é quando as eleições coincidem com a copa do mundo

Ano bom é quando as eleições coincidem com a copa do mundo

Ano bom é quando as eleições coincidem com a copa do mundo

..

Que pena eu tenho das próximas gerações

Que medo eu tenho do que nos reserva o futuro

Que pena eu tenho das próximas gerações

Que medo eu tenho do que nos reserva o futuro

Que pena eu tenho das próximas gerações

Que medo eu tenho do que nos reserva o futuro

..

Foda-se

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Cardápio Canibal




O amargo sabor da crueldade

É como açúcar no paladar da impunidade

Mastigado com voraz insanidade

Na boca histérica da sociedade

Onde a baba infectada com a raiva escorre

A saliva corrosiva da violência

Engolida na garganta do desgosto

Digeridas com o gosto da demência

Nauseando o estomago

Regurgitando velhas mentiras

O desastre como um vomito

A ressaca do homicida

O que é ruim e o que é maldoso

Nutri nossos filhos, nossas crianças

Com a dieta vazia de esperança

É alimentado nosso ingênuo povo

No restaurante demagogo

Bebe-se o sangue do genocídio

No cardápio antropófago

O prato do dia é o suicídio

Rede Satanás

Enquanto tudo dorme

A cidade não se cala

Ouve-se uma prece tecnológica

Reproduzida em alta escala

A televisão te oferece

Uma maçã envenenada

A saída do encosto

De quem se encontra no esgoto

Minha paciência é que esgotou

Obrigado a assistir

Uma porra de baboseira melodramática e apelativa

Que reproduzida todos os dias

Rendem muitas economias

Para os malditos donos das redes de comunicação em massa

Todos os dias com suas hipocrisias e falsas ideologias

Presentes em nossas casas

Que por mais miseráveis

Uma TV nunca falta

Prato cheio para religiões estelionatárias

E para os sanguessugas de almas

Perdidas e, continuamente, envenenadas por vocês

Mercadores do drama

Todos os dias na tela

Do canal 666

...

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Caça às bruxas

Enquanto o sol queimar

Queimaremos juntos

Ela esta mentindo

Vestindo sua pele

Ela esta gritando

Guiando para a insanidade

E enquanto o sol queimar

Ela continuará mentindo

E ela esta certa

De que vale a merda da verdade

Se eu tenho uma arma

Se eu posso te derrubar agora

Ela tem uma faca

E uma língua bem afiada

Ela pode cortar o nó da garganta

E apagar a combustão entre nós

Mas o sol continuará a queimar

E nós um dia queimaremos juntos

A fogueira já esta acesa

É o dia da caça às bruxas

Vamos dançar sobre as cinzas

E vender nossas almas

.....

Ela esta certa, eu estou certo

Eu estou certo, ela esta certa

Vamos tomar um banho de gasolina

E acender nossos cigarros

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Síntese de atrocidades e deformações catastróficas.


Pessoas podem ser geladas como cubos de gelo, frias como o pico glacial de uma montanha branca e só precisa de um empurrãozinho para rolar morro ruína abaixo, começando como uma bola de neve rolante girando, aumentando cada vez mais, e por onde passa engolindo e devastando, trazendo suas intermináveis avalanches de problemas.



Pensamentos voláteis são como atos impensados, estimulados pela coragem ou pelo desafio, frágeis como a superfície de uma bolha de sabão, instáveis como uma ligação tripla ou um triangulo amoroso, e quando toca algo, por mais doce e delicado que seja, traz o prazer plástico gelatinoso, e libera o amargo ar do desgosto.



Cabeça dura é como um burro teimoso, empacado como um viciado, em dinheiro, em erva, em sexo, em pedra, como um recém casado com seu recém cárcere privado, que já foi arquitetado pelo habito, esculpindo o colapso na dureza da rotina, resistente como o lápis de diamante, rabisca o risco desenhando o trampolim e o abismo infinito.



O perigo é como balançar a mão do amigo felino, a onça por balas pintadas, crivadas na moribunda madrugada da cidade morta, onde sempre é temporada de caça, onde a navalha nunca descansa, enquanto isso entre as presas está presa a prisioneira esperando que o músculo sentencie o que a mandíbula, vorazmente, logo executa.



O desperdício é como um membro, precocemente, amputado por um bisturi enferrujado, restos de comida viva em um saco preto apodrecendo, junto com o vomito dos canos nos rios flutuando, enquanto a multidão fica faminta e sedenta por sangue, pois no cardápio da escória há três pratos, a fome, o desespero e a violência.



O sangue vermelho e quente o mesmo que circula pelos becos e artérias, pelas ruas e veias, de vez em quando dá um surto, no condomínio, no hospital, no subúrbio, de vez em quando o coração explode feito uma granada e bombeia aleijadamente no ritmo da batucada fúnebre, seguindo o fluxo do consumo com a velocidade de um ataque, tão inesperado quanto súbito.